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sexta-feira, 25 de março de 2011

O CASAMENTO DE PEDRO MALAZARTE

Certa vez, Pedro resolveu sair mundo a fora, dizendo que dessa vez iria até os confins do mundo em busca da sua princesa encantada.
Pedro tentara visualizá-la, mas nada de conseguir. Decidido como sempre, fez longas caminhadas. Foi a moda Fernando: um pouco a pé, outro pouco andandouco. E não é que após andar dia e noite sem parar, o sortudo encontro um reino desconhecido com castelo e tudo?
Ao chegar no tal reino, O viajante foi logo se enturmando com a rapazeada do reino, um grupo de adolescente acostumados a se divertirem na única praça da cidade, aonde podiam ver de tudo um pouco. Era gente andando manca dali, gente cega acolá.
Outro passa-tempo da garotada, era caminhar em frente ao castelo para ver a princesa fazer o seu passeio matinal. E atrás dela, como sempre, o cachorrão de estimação, um gordo e bem tratado vira-lata.
Todos naquele reino invejavam a sorte do tal animal, que após ter sido enxotado da casa de seu antigo dono, foi logo caindo nas graças da princesa que o adotou como cão seu de estimação.
Cachorrão tinha vida de fidalgo. Mais que isso, o sortudo até dormia na cama da sua nova dona. E para completar o absurdo, ele não deixava estranho algum se aproximar da princesa. Se algum abestalhado se atrevesse, o resultado era sair correndo aos berros sem os fundilhos da calça.
Ao ouvir sobre a boa vida do tal cão, Pedro, de olhos arregalados, até sonhou acordado. Sonhou que era um vira-lata feito o cachorrão. Mas num piscar de olhos, o que viu era um vira-lata que sem sorte... Sabe por quê? Porque na primeira tentativa de se aproximar da princesa, quase foi devorado pelo bichão. Apavorado, Pedro saiu com o rabo entre as pernas, ganindo com o estômago colado nas costelas, correndo que nem gazela.
Ao acordar com o piscar das pestanas, Pedro viu que era um homem inteirão, do topo da cabeça até o dedão. O infeliz se beliscou todinho, até ver que tudo não era sonho, e sim um pesadelo daqueles que só pobre que nem ele costuma ter, principalmente, no final do dia quando sente o ronco da barriga vazia. Foi aí que Pedro viu que pobre honesto rala, mais que cachorro, por um pedaço de pão.
Vivendo tal experiência, o aventureiro Pedro continuou a amizade com os garotos do reino, pois bem sabia ele que esses novos amigos poderiam levá-lo até o castelo. E para sua surpresa, num final de tarde, voltando da escola, seus novos amigos comentaram sobre o que presenciaram no tal reino encantado. Não é que eles viram a princesa fazer uns gestos fora dos padrões reais? E para piorar, também ouviram e viram ela falar coisas que os deixaram bem confusos.
Pedro, curioso como sempre, foi logo querendo saber do que se tratava. Os garotos contaram tudo o que aconteceu: "A princesa deu em ir todas as tardes, até a janela de seu quarto, e num gesto desavergonhado, ela deu pra abrir a roupa, colocando os seios pra fora para quem desejar vê-los. e sem nunhum pudor ela fala alto e de bom tom: "Não sou casada, nem tenho marido, não sei por quê que meus seios são caídos!" Isso deve ser loucura", falou o grupo de uma só vez.
Prestando atenção a analisando a situação, Pedro decidiu acompanhar a garotada, até a escola, no dia seguinte. Para sua surpresa, no caminho de volta para casa, ao passarem pelo castelo, todos puderam ver a princesa na janela de seu quarto, abrindo a parte de cima da roupa e falando aos berros: "Não sou casada, nem tenho marido, não sei por quê que meus seios são caídos!"
Por sua vez, o atrevido Pedro abriu a braguilha da calça, puxou o instrumento pra fora e falou na direção da princesa, olhando-a com os seios de fora: "Não toco pistão, nem toco rabeca... Não sei por quê que meu pinto é careca!"
Diante de tal cena, a princesa ficou encantada com o que viu e ouviu, suplicando ao rei, seu pai, que convocasse aquele desconhecido para a sua festa de aniversário, uma ocasião de estar na hora certa com o homem certo, e com o qual ela se casaria e viveria feliz para sempre. Ela nem ligou mais para Cachorrão, o cão real de estimação, que diante dessa cena alarmante, o pobre teve um piripaque e sumiu.
Não é que o danado do Pedro casou com a sua desejada princesa encantada? Tudo aconteceu dentro dos conformes planejados, até o dia que ele, homem desapegado de tudo ao seu lado, enjoado da vida de fidalgo, resolveu abandonar a princesa do tal reino encantado.
Foi assim que Pedro Malazarte, homem malandro, esperto e galante, do mesmo jeito que entrou na vida da tal princesa, do mesmo jeito partiu, levando com ele o cachorrão, seu novo cão de estimação.

Esta entrou por uma porta e saiu por outra, quem gostou conte pra alguém, quem não gostou que conte outra.

(Autoria: Claudete T. da Mata. Recanto das Letras/22/06/2009/Código: T1662482)

IDOSO NO CINEMA


Certa vez, numa parada de ônibus, duas idosas comentavam sobre o susto que passaram com um idoso estrangeiro, morador de Bagé, que foi ao cinema com o seu bicho de estimação. Veja o que aconteceu:

No balcão da bilheteria, o bilheteiro assustado, olha o galo e vai logo ao assunto: "O que é isso no seu ombro, senhor?"
O idoso orgulhoso, responde com aquele sorrisão: "Meu filho, este e o meu galo de estimação, raça "Galiformes". Comprei numa exposiçãono "Egito", uma torneio que me custou os olhos da cara, tchê. Gostou?
O bilheteiro, cortando a conversa: "Meu senhor, realmente, é um belo galo, mas..., não permitimos animais no cinema."
O idoso aparentemente calmo, concorda. Vai ao toalete, abre a braguilha e enfia o bicho na bombacha, retornando como se nada tivesse acontecido, para compra o ingresso. Entra e senta-se ao lado de duas idosas. Quando o filme começa, o gaudério abre a braguilha para o galo véio respirar um pouco. E não é que o danado do bicho bota o pescoço pra fora, todo feliz! Nesse momento uma das idosas cochicha para a outra: "Acho que o velho ao meu lado é um tarado... Sem vergonha." "Por quê?" Indagou a outra.... A colega responde num ímpeto: "É que o safado, desavergonhado botou o negócio pra fora." A colega, relembrando os tempos de outrora: "Ah, não te preocupa, lembra que na nossa idade nós já vimos de tudo." A outra, tentando disfarçar o entusiasmo, fala com a cabeça erguida, empinando o nariz: "É..., eu sempre pensei a mesma coisa. Afinal, sou filha de Deus, né, mas é que o danado do negócio tá comendo a minha pipoca, o que faço?" A colega com um sorriso maroto, responde: "Aproveita bobinha, e esquece as pipocas."
(Autoria: Claudete T. da Mata, 2011)