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terça-feira, 10 de maio de 2011

"SEI QUE NADA SEI"

Autoria: Claudete T. da Mata

Pressinto coisas, bem antes de elas acontecerem,
Vejo futuros acontecimentos como num piscar de olhos...
Nesses momentos, me sinto fora de órbita,
E vejo tudo com mais clareza.
Parecendo sonho
E até criação da mente.

Depois de algum tempo,
Questão de horas, minutos, segundos...
Tudo acontece,
Todos vêem e continuam não acreditando no que ouviram momentos antes.

Confesso que fico, também, sem saber o que fazer...
Se contar ou não, o que vejo e pré-sinto, a alguém.
É uma sensação forte,
Que domina meus sentimentos,
Minha razão.
Chega a doer, por isso, pergunto:
__ O que fazer?

Dizem que isso é coisa de bruxa.
Será que Deus aprova esta forma de pensar?

Não tenho livro de magias, nem varinhas de condão, muito menos caldeirão.
Não saio por aí voando numa vassoura, pelo espaço sideral,
Tenho corpo e mente de gente normal,

Minha mente é viajante!
Visita lugares, pessoas...
Seres diferentes,
Cada qual com suas histórias, filosofias, ciências...
Sua própria natureza!

Aprendi a guardar muito do que vejo e pré-sinto,
Só pra mim.
Mas isso me enfada por inteira!

Certa vez, dividi esta realidade com um amigo.
Contei-lhe tudo num desabafo...
Querem saber o ele me disse:

__ Vejo em você, um “ser especial..."
Tens uma facilidade de irradiar uma energia
Que contagia tudo ao teu redor.
Isto, eu conheço faz tempo - é “Dom”.
Então, por que não usar esta energia na prevenção das coisas ruins,
Da dor alheia, de muitas outras coisas.
E olha menina... Eu sei o que digo.
Só não sei se você sabe de tudo isso!

Diante do que ouvi,
Só me restou acreditar,
Pois quando me vejo em transe,
Vendo coisas que poderão acontecer,
E eu sem nada poder fazer...

Confesso: fico sem chão!
E tudo o que eu quero nessas  horas,
É poder  sair de onde estou.

Mas esta já é outra questão.
Mudar  o que ainda não aconteceu,
É competência de Deus!

Meu jeito de agradar as pessoas,
Não é nada proposital,
É natural.

Se não soubermos olhar o próximo,
Conversar com alguém,
Doar um pouco do nosso tempo,
Saber e aprender a amar...
Porque e para que estaríamos neste mundo?
Qual seria o objetivo de tudo o que somos e o fazemos?

Procuro tratar bem os meus semelhantes, os animais, as plantas...
E até os restos chamados lixo.
Lixo polui porque não somos capazes de dar a ele uma nova função.

Às vezes me vejo fazendo fofoca com alguém,
Mas é do tipo que não ofende,
Que faz rir...
Que não maltrata ninguém.
Ainda bem!

Tenho minhas fraquezas,
Sinto dores físicas e da alma.
Sou humana!

Com todas as porções mágicas
Fornecidas pela mãe natureza,
Eu curo minhas dores e meus maus humores.

Meu riso é capaz de fazer-te rir de mim e de ti.
Meu riso, dizem que parece um jorrar de alegria que contagia...
Minha cara séria,
Dizem que faz de mim uma pessoa austera.

Pensando assim, as pessoas me obrigam,
Estar sempre sorrindo.

Não posso desejar nada de ruim a alguém,
Porque acontece.
Assim, sempre procuro desejar o bem.
Meus desejos sempre se realizam,
Não me perguntem por quê?


Não estou rica, porque estou satisfeita com a vida que tenho.
Tenho boa saúde, uma mãe maravilhosa.
Tenho filhos carinhosos, saudáveis, trabalhadores, amigos...
Tive um irmão que sempre me amou,
Mas que partiu primeiro para o “Além”...
Meu MANO, meu grande AMIGO!

Tenho ótimas irmãs, das quais cuidei desde que as vi nascer.
Estudei, fiz faculdade, Especialização e Mestrado.

Não fiz Doutorado, porque a mãe natureza é minha escola maior.
Nesta escola, tenho um Professor Especial:
O Pai da Criação
DEUS!

Em certa ocasião, no Rio Grande do Sul,
Dando uma palestra para educadores,
Caminhei na direção de uma jovem,
Coloquei minha mão direita sobre a cabeça dela,
E enquanto eu falava,
Interrompi a dor que a atormentava,
Sem perder o fio da meada.
Assim, sendo útil a alguém,
Eu estava!

No dia seguinte, a jovem veio até mim e falou:
"Ontem, a senhora me curou!"

Sei que tenho forças emanadas do além.
Protejo e tenho proteção,
Cuido, amo, educo
Fazendo o bem sem olhar a quem.
Sou uma sobrevivente!

Sou filha de Deus passando uns tempos na Terra,
Minha grande Escola...
Minha vassoura e minha varinha mágica,
Resumindo, é minha mente.

Aprendi muito
Assim como ainda tenho muito a aprender.

Uma das coisas que aprendi, lendo o Livro Sagrado,
E que não esqueci, foi que:

“A Mulher sábia edifica a sua casa!”
(Provérbios de Salomão, capítulo 14 versículo 1)

Sei que esta casa, pode ser
A casa da mente, do coração...
E também a casa material,
Aquela que nos abriga todos os dias!

O SONHO - A CURA E A CIRURGIA

Autoria: Claudete T. da Mata

     Ali eu estava, mergulhada no cerne das minhas memórias, à procura de uma resposta, no intuito de entender o que estaria acontecendo comigo - por que tantos problemas com meu corpo? Seria o meu psicológico o causador de tantos sofrimentos?
     Sentada numa pastagem crivada das mais belas flores silvestres, a refletir sobre cada imagem que fluia de minha mente. De repente, olhei o céu e vi outras imagens que se fundiam como o meu pensamento conturbado...
     Neste estágio, vi a aconchegante pastagem invadida por criaturas querendo me levar dalí. Após alguns minutos de puro raciocínio, coloquei meu plano de fuga em prática. Finalmente consegui fugir daquele bando de sanguessugas, que tentava desviar meus pensamentos, minhas esperanças e minhas certezas... 
     Foi uma longa batalha, entre saltos, gemidos e gritos que ecoavam por todos os cantos do mundo,  até  que, mergulhada nesta experiência, adormeci sem sentir.
     Ao sair da massa corpórea, vivi a mais bela de todas as vivências ao abrir os braços e bater azas, voando com a mesma liberdade dos pássaros que voam livres das grades que engaiolam muitos deles.
     Chegando em outro ambiente, plainei até pisar na terra firme. Foi então que senti um calafrio subindo pelas pontas dos dedos dos pés, tomando todo o meu corpo. Sentindo um frio gélido, percebi um vulto passar rapidamente atrás de mim.
     Movida pela adrenalina, virei-me para trás na tentativa de ver o que estava acontecendo. E para minha surpresa, como num passo de mágica, estava em minha volta um bando de criaturas famintas pelo néctar que me sustentava a vida - "A Força Criadora", que me dá coragem e me faz vencer todos os obstáculos físico e mentais, marcados em minha existência.
     Confesso que senti a fragilidade tomar conta de mim, sem ninguém para me proteger nesta luta contra aquelas criaturas escondidas em corpos horripilantes (uns completamente deformados, outros cegos tateando, alguns mudos aos urros, uns  sem pernas arrastando-se que nem cobras, e outros sem braços maldizendo a própria condição, na tentativa de colocar a culpa das suas falhas em alguém...). Penso ter passado pelo umbral, o tão conhecido e divulgado "Purgatório Bíblico".
     No meio das vibrações imanadas por aquelas criaturas, não percebi um sussurro que dizia nos meus ouvidos: 

     __Filha, voe bem alto, o mais alto que puderes. Não tenhas medo, acredite...  Serei tuas azas!

     Sem entender o misterioso sussurro, atormentada pelo tumulto causado pelas estranhas criaturas, suspirei profundamente. E num rápido impulso extracorpóreo, alcei vôo. Foi o vôo mais alto de todos, foi aquele que me levou ao outro lado da Terra, parecendo os confins do mundo. 
     Passei por uma terra vermelha, da cor do Sol, repleta de plantas de todas as cores, pedras de todos os tamanhos e forma, montanhas verdejantes e um "Ser" delicado e falante - Era uma anciã da idade da Terra, menor que uma menina de cinco anos. Seus cabelos eram mais brancos que a neve e tão longos quanto os raios do Sol bailando sobre o infinito, com a leveza da brisa que toca nosso rosto. 

     Tudo nesta anciã, era de fascinar e de assombrar ao mesmo tempo. Seu olhar penetrava com profundidade o meu olhar. O toque de suas mãos estava no mesmo patamar de seu olhar. Ela não tocava o chão, levitava.

     Então pensei: __ Será ela uma fada coberta pelas linhas do tempo, as quais ignoramos e chamamos de rugas. Neste momento, pude experimentar o seu toque que me deixou estática.

     A misteriosa anciã, durante três dias e três noites, cavou o chão com suas mãos ossudas, até as profundezas da Terra, extraindo da sua cerne o barro mais nobre, que numa espécie de ritual, colocou-o sobre meu pescoço. 


     Eu, que até então nada entendi o que se passava, me entreguei às mãos desta mulher, que na terceira e ultima aplicação do barro, me pediu que a colocasse sobre o topo de uma pedra, próxima à subida de uma montanha. 
     E lá de cima, a misteriosa anciã colocou as suas mãos enrugadas sobre minha cabeça,  emanando uma energia que banhou todo o meu "Ser". Em seguida, ela subiu a montanha saltitando com a velocidade de um "Ser Celestial" e sumiu.

     Finalmente, acordei no centro cirúrgico sendo conduzida à sala de recuperação, onde me vi agradecendo a Deus por ter sobrevivido mais uma vez.
     A cirurgia foi um sucesso. Eu estava curada!