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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

OSTENTAÇÃO DO EGO

Ela nasce todos os dias,
Seja num corpo de homem ou num corpo de menina.
Quem a viu acredita e quem ainda não viu, acredita também.
Mas nem todo aquele que a deseja, a tem.

Ela não escolhe classe social, nem cor...
Mas quem a contém, enlouquecida de desejos
Deixa o outro embriagado, pensando ser mal de amor.
E quem a desejou, descobriu-se o inverso e quase louco ficou.

Ela é todos os dias a mesma coisa.
Elegante, perfumada, bem vestida...
Com os cabelos bailando ao vento,
Acomoda-se num banco de praça, com suas pernas cruzadas,
Chamando a atenção de quem por Ela passa.

Ela acende sua cigarrilha comprida,
Jogando fumaça ao vento,
Onde começa a desfiar os fios da sedução,
Caprichosa, desliza seus finos dedos entre o cabelo macio aromático,
Mostrando-se para que a deseja ver ou tê-la.

Do outro lado alguém a vê, com os olhos que a terra há de comer,
A beleza vestida de gente,
Bem ali a sua frente...

Ela toda despojada no banco da praça,
Esbanjando seu sorriso ardente e seu olhar perspicaz na face aveludada...
Deixando à amostra as suas curvas salientes.
Assim, Ela provoca nos seus passos trausentes, destilando em alguém
Suspiros murmurantes que vagueiam na imensidão da sua essência vazia.

Ela é mutante que grita aos quatro ventos,
Cavalgando nua no seu cavalo alado,
Chamando a atenção dos bobos que se escondem sob réstias de luz...

No seu passo a passo, dizia sua mãe, a todo instante:
- Desde o meu ventre, ela já se mostrava provocante.

Enquanto isso, lá do alto, Maria também dizia:
- O que fizeram de Ti? Pois quando te vi nascer, já sabia...
Por isso, Te confiei a alguém que rezava todo dia.
Sei que não errei, porque o mundo precisa de Ti.
Aqui do alem, vejo a aflição daqueles que te carregam.
Ainda bem que tudo passa
Restando as recordações
Que para alguns representam momentos 
E para outros, grandes lições.

Autoria: Claudete T. da Mata, julho de 2011